Democracia ao Quadrinho Brasileiro

No último mês de março de 2011, redigi as diretrizes base do DQB (Demcracia ao Quadrinho Brasileiro) movimento virtual e wiki a favor do nosso quadrinho (incluindo o novo quadrinho nacional). O movimento recebeu apoio do site MeuHerói.com.br que concedeu a tecnologia e o espaço virtual para o lançamento do site do movimento www.dqb.meuheroi.com.br e da comunidade de desenhistas dentro do site MeuHerói para reunir desenhistas, leitores, e profissionais editoriais com a finalidade de sugerir e formular ideias favoráveis.

Dentro da comunidade está hospedado o grupo de discussões e registros do DQB, basta acessar o seguinte link e se cadastrar na comunidade: http://www.meuheroi.com.br/index.php?option=com_community&view=frontpage&Itemid=219 Assim como no facebook, nessa nova comunidade é possível postar desenhos, sua foto e descrição; além de conversar e participar dos grupos.

O movimento já está recebendo a adesão e participação de vários artistas via e-mail, comunidade e facebook.

Leia mais detalhes sobre a proposta desse novo movimento virtual:

O objetivo do movimento é enxergar e abrir caminhos para que artistas, redatores, editores e selos independentes encontrem possibilidades mais amplas para a publicação da HQ nacional em suportes tradicionais ou digitais, considerando a convergência das mídias atuais e futuras: Detectando público, crescimento de demanda, possibilidades de incentivos governamentais e privados. O artista nacional não pode mais ficar refém de um ou meia dúzia de editores que entre aspas dominam o mercado de gibi e livros, e ditam o que é qualidade, escolhendo pelo público, ao invés de publicarem para o público.

O DQB não visa somente o mercado editorial e a ciência de nossa arte, mas também aproximar, isso sim, aproximar nossos artistas de seu público que já se manisfesta a favor nos portais e eventos que divulgam e vendem a HQ nacional e estrangeira.

O DQB é contra a xenofobia, mas visa um intercâmbio intelectual, artístico e mercadológico que seja favorável equilibradamente para o desenhista brasileiro e para o estrangeiro. Eu sempre repito, não sou contra nenhum estilo ou artista, mas quando um desenhista brasileiro inventa um quadrinho sobre garranchos soltos (estilo próprio), ele é chamado de desenhista de baixa “qualidade”; mas, quando um Gilbert Shelton publica alguns garranchos por aqui (abaixo de sua própria inspiração) , ele é chamado de “geniauuu”, gosto dos estrangeiros também, mas , por que o marketing nacional e estrangeiro abafa tanto os desenhistas brasileiros ? Será que Pedro Américo teria mais qualidade do que Picasso? O que é qualidade? Isso pode ser pensado. Temos desenhistas de grande qualidade.

Se o quadrinho brasileiro não tivesse qualidade, não exportaríamos tantos desenhistas e algumas obras nacionais para o exterior, mas, infelizmente, em certos casos, o mercado interno demora até para coroar o desenhista brazuca que já fez ou faz sucesso nos EUA, Europa e Ásia. Afinal, falta qualidade à nossa arte, ou sobra preconceito e dominação mercadológia contra a nossa arte?

Um povo que não conhece e não tem acesso à sua arte visual e audio visual não tem uma memória cultura visual sólida e enraizada em nossas próprias histórias e identidades, isso também é um dos temas do DQB, a memória cultural brasileira por meio dos quadrinhos.

Esses temas e debates são antigos sim, mas infelizmente, faltou profundidade e convite para que todos os desenhistas pudessem opinar e participar democraticamente

Se é possível debater sobre o futuro do livro, da poesia e da MPB, vamos debater na paz o futuro dos quadrinhos.

Fernando Rebouças – Desenhista e redator

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TV Brasil entrevista Fernando Rebouças

 

Olá amigos, a TV Brasil (antiga TVE-Rio) me  entrevistou e apresentou os meus trabalhos no último dia 19 de março, no programa Paratodos, a entrevista foi reapresentada no dia 23 de março. Na entrevista apresentei os meus quadrinhos e livros em quadrinhos do Oi! O Tucano Ecologista. Se você perdeu a entrevista assista agora:

http://www.oiarte.com/oiartetube.html

E divulgue para os seus amigos.

Abraço,

Fernando Rebouas

Sacolas de plástico – Usar ou não usar? Eis a questão.

Em 15 de julho de 2010, no estado do Rio de Janeiro, foi sancionada a lei estadual  5.502 que prevê a substituição das sacolas de plásticos por ecobags ou bolsas retornáveis.

 Nos EUA, ainda existe a oferta e a cultura do uso das sacolas de papel, como assistimos nos filmes norte-americanos, não que a sacolinha de plástico não exista na terra de Tio Sam, mas em Washington, os estabelecimentos também são proibidos de cedê-las e, em Nova York, o lojista é praticamente obrigado a reciclar as sacolas.

A ideia nova-iorquina é mais inteligente.As ecobags, sacolas fabricadas com material reciclado para serem usadas em todo o tipo de compra, são uma ótima alternativa para a substituição das atuais sacolas de plástico, porém, as ecobags não representam uma solução completa e definitiva ao descarte do plástico na natureza.

Devemos lembrar que o plástico também está presente nas embalagens de alimentos, roupas, eletrodomésticos, eletrônicos, material promocional e demais produtos que consumimos diariamente, afinal, no mundo do marketing aprendemos que a embalagem é a primeira atração de um produto, e o plástico tem sido o material mais usado nessa concepção.

Proibir o uso de sacolas plásticas no processo de compras ou conceder descontos à sua não utilização é apenas uma solução simbólica e de baixa responsabilidade financeira por parte de empresas, governos e sociedade.

Numa compra eventual, nem todo cidadão anda ou andará com a sua bolsa ecológica a todo momento para carregar suas compras emergenciais e impulsivas (lembrem-se , a propaganda de hoje incentiva a compra impulsiva). E nem todo consumidor levará caixas de papelão para as compras do mês.

Vale lembrar que, grande parte dos consumidores reutilizam as sacolas de supermercado em suas lixeiras de casa e do escritório, portanto, a partir do momento que as sacolas deixarem de existir, todos retornarão a comprar sacos de lixos (compostos com um plástico parcialmente biodegradável nem sempre comprovado pelo fabricante), uma situação que manterá permanente o plástico nos lixões e aterros sanitários.

A verdadeira solução seria a distribuição de sacolas de papel reciclado e de plástico 100% biodegradável em supermercados e estabelecimento, compostas por insumos recicláveis. O uso do papel e do plástico reciclado estaria na sacola e em todas as embalagens mantendo um ciclo vicioso e positivo de reciclagem que gerasse renda para o catador, cooperativa de reciclagem, estabelecimentos, fábricas, governo, gestores ambientais, e valor agregado às marcas.

Isso sim, iria beneficiar a população, formalizando o trabalho dos profissionais do lixo e mitigando o descarte do plástico na natureza. Se esta solução custa caro, o barato custará mais caro ainda.

Fernando Rebouças é desenhista e escritor. Formado em propaganda e marketing; pós-graduando em produção editorial. Site: www.oiarte.com

O artigo foi originalmente publicado no jornal Gazeta News, Flórida – EUA,no dia  16 de dezembro de 2010:

http://www.gazetanews.com/colunistas/colunistas.php?id=34&idc=1217&busca=2010-12

Belo Monte, que coisa feia.

Desde 2010, nas questões ambientais brasileiras, um dos temas que mais tem ocupado espaço nos debates e na imprensa nacional e estrangeira é a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, estado do Pará.

Dentre os opositores dessa obra que promete construir uma hidrelétrica sustentável (mesmo desmatando e pondo em risco o equilíbrio daquela região amazônica), James Cameron, diretor de Titanic e Avatar, abraçou a causa contra o projeto que é rejeitado por grande parte da opinião pública ambientalista mundial.

Em termos técnicos, além de desmatar e modificar uma área verde, a hidrelétrica prejudicará o acesso de índios e ribeirinhos a determinados terrenos, diminuirá a pesca nos rios da região e, por fim, terá uma produção de energia elétrica que poderia ser substituída por fontes renováveis.

Segundo reportagem do portal G1, publicada em abril de 2010, Belo Monte terá capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará na segunda maior hidrelétrica do país, e a terceira do mundo.

E para que as obras sejam logo iniciadas, no último dia 26 de janeiro de 2011, o IBAMA  liberou licença parcial de instalação da hidrelétrica, um equívoco, pois não existe licença parcial no direito ambiental brasileiro, mas, por enquanto a empresa Norte Energia recebeu autorização para iniciar a abertura do canteiro da obra, ou seja, licença parcial para começar a desmatar.

A Norte Energia, empresa responsável por reunir os investidores, ainda espera pela licença definitiva para realizar as obras de instalação da nova hidrelétrica. Mas, podemos concluir que a concessão de uma licença ambiental confere a essa empresa uma espécie de meia-entrada no mundo da devastação, com financiamento do BNDES concedido em dezembro de 2010, no valor de 1,087 bilhões de reais.

Enquanto isso, parques nacionais e zoológicos brasileiros sofrem por falta de verba. O empréstimo foi questionado pelo Ministério Público Federal e por ONG´s ambientalistas, e a licença parcial é alvo da justiça do Pará. Com tanta hidrelétrica, potencial eólico (ventos) e solar no Brasil, ainda é necessário desmatar para gerar energia? Onde está o investimento na inteligência acadêmica e empresarial brasileira que desenvolve soluções ambientais e energéticas para o nosso país? Leia a seguir uma descrição do projeto que publiquei no site infoescola.com no ano de 2010.

O que é o projeto Belo Monte?

A hidrelétrica de Belo Monte possuirá uma capacidade para abastecer mais de 26 milhões de habitantes. O lago gerado pela usina terá 516 km² de área, inundando 51.600 hectares de floresta, deixará submerso parte do Xingu (Volta Grande) e um terço de Altamira. A instalação da usina desalojará mais de 20 mil pessoas.

Segundo a professora Sônia Barbosa Magalhães, da Universidade Federal do Pará, em análise crítica ao Estudo de Impacto Ambiental (EIMA-RIMA) de Belo Monte, a obra gerará sérias consequências:

  • Inundação constante dos igarapés de Altamira, no lugar da inundação sazonal;
  • Redução da vazão da água e bloqueio do transporte fluvial até o Rio Bacajá;
  • Remanejamento de famílias locais;
  • Alteração do regime do rio relacionado aos meios bióticos e socioeconômicos; 

Rodapé: Fernando Rebouças é desenhista e escritor. Formado em propaganda e marketing; pós-graduando em produção editorial. Site: www.oiarte.com

 Artigo publicado originalmente no jornal Gazeta News, Flórida – Junto com tiras do Oi! :

http://www.gazetanews.com/colunistas/colunistas.php?id=34&idc=1280&busca

Catástrofes na região Serrana do Rio de Janeiro em 2011

No estado do Rio de Janeiro, cidades como Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis sempre foram referências de tranquilidade, conforto e turismo. Em virtude das chuvas que ocorreram com grande intensidade a partir do dia 11 de janeiro de 2011, na região serrana do estado, o Brasil testemunhou a maior tragédia climática na histórica de nosso país.

Até então, a maior tragédia registrada tinha ocorrido em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, quando morreram 436 pessoas. Em janeiro de 2011, nos primeiros dias de tempestades e consequentes  enchentes  e desabamentos, mais de 600 pessoas morreram nos municípios da região serrana do estado do Rio de Janeiro.

As catástrofes também atingiram as cidades de Bom Jardim, Areal, Itaipava, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. Nos primeiros dias de chuvas, a maioria das mortes ocorreram em Nova Friburgo e em Teresópolis.

Além de vidas humanas, essas regiões tiveram perdas materiais como desabamentos de casas, ruas e vilas inteiras; e perdas na infraestrutura de serviços essenciais como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica e telefonia.

Ajude as cidades de Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, por meio de depósito no Banco do Brasil:

Teresópolis – Ag: 0741-2 Conta: 110000-9

Nova Friburgo – Ag: 0335-2 Conta: 120000-3

Petrópolis – Ag: 0080-9 Conta: 76000-5

Leia o meu texto na íntegra:

http://www.infoescola.com/rio-de-janeiro/catastrofes-na-regiao-serrana-do-rio-de-janeiro-em-2011/

Fernando Rebouças

www.oiarte.com