TecnoModernismo

Acredito, como desenhista, escritor e poeta, que não estamos mais na era do modernismo e muito menos na era do pós-modernismo vigente na segunda metade do século XX.

Hoje, além dos livros tradicionais e da imprensa ainda publicada em papel, estamos na era dos blog´s, vblog´s, sites, redes sociais e dos recentes livros digitais. Essa tecnologia digital tem servido como uma  nova plataforma para a escrita literária, informativa e opinativa (cunho pessoal), quando bem utilizada.

Por outro lado, o sucesso dos blogs e das redes sociais tem levado para as mídias impressas e tracionais o estilo de escrever empregado nessas novas mídias e até uma diagramação similar a da existente na web, além é claro, dos blogueiros e escritores que emergem da web para os livros impressos, jornais e tv.

Acredito que o conteúdo, o interesse, a  formatação e o estilo da escrita que cresce e se expande na web está influenciando a escrita presente nos jornais impressos e na nossa nova literatura (independente se o suporte é físico e virtual), essa nova forma de escrever e de ser lido está, na minha opinião, criando uma nova escola literária e ampliando as possibilidades do uso de suportes para publicação e distribuição.

Arrisco-me a afirmar que nesta primeira década dos anos 2000, influenciados pela web 2.0, desenvolvemos em nível global e regional uma nova escola literária, não somente pelo avanço das plataformas tecnológicas e ‘comunicacionais’ , mas, sobretudo, na criação e direcionamento do conteúdo literário e virtual de textos e imagens.

Talvez, se no século XIX, existisse a internet, Gonçalves Dias teria escrito a “Canção do Exílio” de uma nova maneira e linguagem, e  a distribuído a todos os cantos do planeta. Por meio dessas observações, afirmo que estamos numa nova escola literário que, inicialmente, poderá ser referida como “TecnoModernismo” ou “Tecnonismo”, uma maneira de escrever que se relaciona diretamente com a tecnologia da informação e com ela se expande e se auto modifica com a interação global dos leitores e co-autores.

Fernando Rebouças é desenhista e escritor.

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